segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fotos - Escola Alemã / Colégio Progresso










Entrevista - Escola Alemã

ENTREVISTA realizada dia 7 de abril de 1998, com Izolde.
{...}
RS – A religião de vocês...
Izolde – Era protestante, luterana, e depois quando eu casei, eu virei pro católico.
RS – Descendente de alemães?
Izolde – Não, meu pai era descendente de suíços, e minha mãe era de alemães.
RS – A Sra. nasceu em Curitiba?
Izolde – É. {...}
RS – Como a Sra. ia para o colégio?
Izolde – A pé.
RS – Quantos irmãos a Sra. teve?
Izolde – Dois.
RS – Eles também estudaram no colégio?
Izolde – Também.
RS – Em casa, usavam o alemão?
Izolde – O alemão. Só até mocinha, depois meu marido não falava alemão.
RS – A Sra. ensinou a língua alemã para seus filhos?
Izolde – Não. É que meu marido não falava o alemão e eu achava ruim eu falando alemão e ele
não entender. Com minha mãe, sozinha, eu falava. {...}
RS – Quais foram os colégios que a Sra. estudou?
Izolde – Eu só estudei nesse. Primeiro era Escola Alemã. Depois quando passou pra ginásio daí
ficou Colégio Progresso, depois da guerra né, durante a guerra.
RS – Em que período a Sra. estudou?
Izolde – Eu entrei com ... 7 anos,... deixa eu ver... é, 7 anos, fiz 8 anos de primário, depois passei
pro ginásio, mais 4 anos.
RS – Tinha exame de Admissão?
Izolde – Não, passava direto. Eu fiz 8 anos primário, né, e o ginásio, eram 4 na época, mas esses
4 anos não contava, comecei desde o comecinho, primeiro ano do ginásio.
RS – Então vamos recapitular. A Sra. fez Jardim de Infância?
Izolde – Eu fazia na igreja, na Trajano Reis, que agora é o Colégio Martinus.
RS – Certo. Aí a Sra. saiu de lá e foi pra Escola Alemã.
Izolde - Sim.
RS - Aí a Sra. fez quantos anos? se chamava primário?
Izolde – 8... Não sei. Porque era tudo em alemão, né...
RS – E a Sra. fez 8 anos então, e depois?
Izolde – Depois passei pro ginásio e fiz mais 4 anos.
RS – E esse ginásio era à tarde?
Izolde – Era à tarde, é, era à tarde. Mas depois que acabou, vamos dizer, acabou bem dizer a
Escola Alemã, daí já era o ginásio Progresso né mas...
RS – Mas ela acabou quando?
Izolde - Acho que foi depois da guerra... ou pelo menos durante...
RS – E a Sra. lembra, depois da guerra, daquele prédio... ele havia sido fechado... ou não?
Izolde – Não, acho que não. Porque já era Colégio Progresso, já era... Porque no primário a gente só estudava em alemão, só tínhamos uma aula em português, que era o Português mesmo,
mas depois que passou pra Colégio Progresso, aí nós tínhamos tudo em português. Daí
ficou Colégio Progresso...
RS – Tá, o que eu quero que a Sra. me ajude é: se fechada essa Escola Alemã, que
funcionava no período da manhã, esse ginásio, que chamam «ginásio do professor
Moreira», ou então «ginásio do colégio Progresso», ele continuou existindo, só ele, sem a
Escola Alemã, ali, naquele local?
Izolde – Só ele, ali naquele local. {...} Porque eu quando eu saí da escola, ele ainda estava ali na
pç. 19 de Dezembro. Daí depois quando ele mudou... bem daí eu já tinha saído...
RS – A Sra. lembra qual o período em que estudou lá?
Izolde – É só fazer as contas... entrei com 7 anos, nasci em 24, ... 24 com 7... 31. Então entrei em
31 na Escola Alemã. Fiz os 8 anos... 39. Depois mais 4 de ginásio.
RS – {...} Esses 4 de ginásio... 39 mais 4, dá 43... A Sra. fez esse ginásio exatamente
durante a guerra, não teve interrupção nenhuma?
Izolde – Não, fiz normalmente.
RS – Bem, então vamos continuar... como a Sra. ia para o colégio?
Izolde – Ia a pé.
RS – Lembra se tinha mensalidade, se era pago?
Izolde – Era pago.
RS – A Sra. se lembra se algum dia seu pai comentou sobre o pagamento, se era caro ou
barato, ou algo assim?
Izolde – Não, isso ele nunca comentou. Porque outras alunas lá, vamos dizer que não pudessem
pagar, eles faziam abatimento né. Ou então se tivessem mais alunas, irmãs que
estudassem juntas... aí eles faziam desconto.
RS – Dos professores, a Sra. lembra de algum?
Izolde – Tinha o prof. Scheil que era o diretor, da Escola Alemã. Tinha o prof. Stölzer... Stöl ...não
sei como é que é, esse dava aula de ... acho que era de Ciências...
RS – Como se escreve o nome dele?
Izolde – S-T-O... Com o "o" com os pontinhos... Tinha o Schreiber... o Staude, a Rieckes, essa
era a professora de trabalhos, bordado, tricô... mais bordados. O Wolff era ...acho que de
Matemática se não me engano. O Schlechter, a Florentina Macedo de... de Português acho.
RS – Tem alguma história de professores pra contar, que ficou na memória?
Izolde – Não, acho que não...
RS – Dos colegas, a Sra. lembra de alguém?
Izolde – Lembro...
RS – Ao longo do tempo, a Sra. fez reuniões com esses colegas, encontrou alguém...
Izolde – Não (...) saí do colégio.
RS – Eu participei de um jantar dos ex-alunos, nestes a Sra. nunca foi?
Izolde – Ah, eu fui no primeiro. Há quantos anos... que eles fizeram... {...} Algumas colegas eu
ainda lembro o nome.
RS – Quem sabe a Sra. um dia coloque no papel os nomes delas pra me dar... seria
interessante.
Izolde – Tem umas que já morreram...
RS – Na Escola Alemã, se lembra de colegas não alemães?
Izolde – Só me lembro de uma, até era uma pretinha. O nome dela era Joana.
RS – E ela aprendeu a falar alemão?
Izolde – Ela não ficou muito tempo.
RS – A Sra. se lembra se... quem sabe era adotiva, ou algo assim?
Izolde – Não. Não. Não era adotiva.
RS – E no ginásio, daí tinha mais alunos não alemães?
Izolde – A maior parte eram alemães. Porque todos quase, eles foram da escola e passaram
pro... pro Progresso. Muitos saíram, mas muitos ficaram pra fazer o ginásio.
RS - Quer dizer que, pelo que a Sra. me conta, é como se tivesse feito duas vezes o
ginásio?
Izolde – Isso mesmo.
RS – Por que, não tinha validade o [ginásio] da Escola Alemã?
Izolde – Os 4 anos que eu fiz extra, não.
RS – O governo não reconhecia?
Izolde – Eu não sei porque naquele tempo o ginásio era 4 anos e tava acabado, né. E como eu já
tinha feito ... pra mim foi fácil de fazer, porque as matérias eram boas. A Escola Alemã foi
ótima pra mim. A base foi de lá. Muito boa.
RS – Como era a merenda?
Izolde – A gente levava a merenda. Pão com manteiga, broa com banha, às vezes uma fruta...
fruta geralmente, não muito.
RS – E pra tomar?
Izolde – Pra tomar, nada.
RS – Como era levado esse lanche, não tinha lancheira...
Izolde – Tinha, uma lancheirinha sim [risos]
RS – Do edifício do colégio, o que a sra mais lembra?
Izolde - ... Como é que vou dizer... tinha as escadas...que subiam pro primeiro andar, depois tinha mais uma escada lá pra cima que morava o zelador...
RS – Nesse sótão, o que a Sra. lembra que tinha lá em cima?
Izolde – Lá em cima não podíamos entrar. Lá era só do zelador e não era permitido subir.
RS – Havia alguma coisa que pudesse ser chamado de uniforme?
Izolde – Nós não tínhamos uniforme.
RS – Nem nesse colégio, o do professor Moreira, nem um de cor cáqui?
Izolde – Tinha a juventude hitlerista, né... eu não tive. [risos]
RS – Eu me refiro a um uniforme que era utilizado nos desfiles ...
Izolde – Não, isso eu não me lembro.
RS – Quantas salas tinham no prédio?
Izolde – Tinha 4 embaixo, 4 em cima...
RS – Tinha um sino para dar o sinal?
Izolde – Era um sino.
RS – Tinha aula de Música?
Izolde – Tinha, com o Staude e depois mais tarde com o prof. (...), era um italiano. Mas acho que não era na Alemã, era no ginásio... Ele dava aula de canto, mostrava as notas...
RS – Tinha piano?
Izolde – Tinha.
RS – Dentro do colégio?
Izolde – Dentro do colégio.
RS – Em que local?
Izolde – Acho que era numa sala...
RS – Então tinha uma sala só de música?
Izolde - ... mas no primário acho que nós não tínhamos... com o Staude... eu não me lembro se
ele era professor de Música...
RS – Com violino?
Izolde – Eu não me lembro.
RS – Nem que batia com o arco do violino?
Izolde – Ah... ele batia com uma regüinha... na mão...
RS – Mas ele era professor de Música da Escola Alemã?
Izolde – Eu não lembro de muuiiita coisa!
RS – E o recreio, como era?
Izolde – A gente brincava! De pular corda, de conversar... era mais pular corda...
RS – Como eram as salas de aula, janelas, imagine-se lá dentro e me conte...
Izolde - .... Bem, as carteiras eram comuns, as janelas tinham aqueles é... as cortinas, que mais...
até me lembro que eu quebrei uma vez uma vidraça...
RS – E daí?
Izolde – Tinha de pagar! Porque tinha aqueles pauzinhos, pra cortina ficar... abaixada, e eu fui
fechar a janela e... [risos] não reparei no pauzinho... e quebrou o vidro, mas daí tinha de
pagar. Tinha que ir lá na diretoria, ... era muita disciplina, né... mas era bom...
RS – Meninos sentavam com meninas?
Izolde – As meninas eram separadas, no primário. E no ginásio não.
RS – O recreio era separado na Escola Alemã?
Izolde – Era separado.
RS – E no ginásio do Colégio Progresso?
Izolde – Acho que também era separado.
RS – As portas eram de madeira?
Izolde – De madeira.
RS – Tinha algum vidro, alguma janelinha na porta?
Izolde – Não.
RS – Aula de Religião, a Sra. tinha?
Izolde – Aula de Religião... não, acho que não.
RS – Aula aos sábados?
Izolde – Tinha.
RS – No mesmo horário?
Izolde – É.
RS – E quando a Sra. estava no ginásio do Progresso, tinha aula sábado?
Izolde - ... Aí eu também não posso te dizer, mas eu acho que tinha.
RS – Hora de entrada e de saída...
Izolde – A gente entrava às 8 horas e saía... acho que meio-dia.
RS – Quando a Sra. entrava, a Sra. fazia fila pra entrar?
Izolde – A gente fazia fila.
RS – Alguém ficava olhando?
Izolde – Ficava, os professores ficavam olhando.
RS – A Sra. se lembra de alguma comemoração que tivesse nesse pátio, na entrada...
Izolde – Não.
RS – Tinha Educação Física?
Izolde – Não.
RS – Nem no ginásio?
Izolde – Acho que não. A gente... a gente fazia teatro.
RS – Quando?
Izolde – No... no primário.
RS – Pra quem?
Izolde – Pros pais né... os pais iam... cada fim de ano... né, eles faziam um teatro.
RS – Todas as séries?
Izolde - Todas as séries.
RS – E onde ensaiava?
Izolde – No Concórdia.
RS – Qual o horário das aulas de trabalhos manuais?
Izolde – No mesmo horário da aula.
RS – Recapitulando: todas as aulas eram em alemão, menos o português e quando foi para
o ginásio do Progresso, tudo era em português e não tinha alemão, correto?
Izolde - Sim.
RS - E tinha Inglês?
Izolde – Tinha.
RS – Das provas, a Sra. se lembra de alguma coisa?
Izolde – Eu acho que era uma por mês...
RS – Dos castigos, o que a Sra. se lembra?
Izolde – Não me lembro de castigo [risos]
RS – Nem de um colega seu?
Izolde – Não...
RS – Não tinha palmatória?
Izolde – Palmatória tinha para os meninos. Eu sei que o Staude puxava aqui [mostrando as
têmporas] dos meninos, o cabelinho aqui. Mas só dos meninos.
RS – Se lembra de algum prêmio?
Izolde – Não.
RS – Tinha alguma comemoração cívica?
Izolde – Acho que antes de entrar pra escola a gente cantava, isso no ginásio...
RS – A sra se lembra de algo que queira contar e eu não tenha perguntado?
Izolde – ...pera aí.... No ginásio a gente fazia comemoração do dia sete de Setembro, isso eu me
lembro agora. Mas eram comemorações pequenas.
RS – Tinha algum desfile na rua ?
Izolde– Tinha. Pro ginásio nós desfilávamos na rua, era 4 de setembro, 7 de setembro, 15 de
novembro, qualquer feriadinho a gente tinha que desfilar.
RS – E pra esses desfiles, ia com que roupa?
Izolde – Ia com saia azul-marinho e blusa branca. Com chuva ou sem chuva, a gente saía.
RS – E nos 8 anos que a Sra. esteve na Escola Alemã, não tinha desfile?
Izolde – Não. Na rua não.
RS – A Sra. se lembra de ter ido fazer Educação Física, ou um passeio fora da escola?
Izolde – Ah sim, fazia piquenique! Lá na... chácara do Schaffer, onde é o canal 4 agora, naquela
zona lá. Os pequenininhos iam num caminho mais curto e os maiores num... era toda a
escola daí. Daí os mais velhos iam por um caminho mais longo, andar.
RS – E vocês saíam a pé?
Izolde – É, a pé.
RS – E o que levavam pra comer?
Izolde – Merenda, né. Lá a gente ganhava laranja... Levava mais sanduíche, essas coisas.
RS – Iam professores, pais e alunos?
Izolde – Não, os pais não iam, só os professores. E os alunos. Depois tinha também, que eles
chamavam em alemão Gustavhaus , que era lá no ... onde é a fábrica de bolachas, a
Lucinda, lá pra aquela zona (...). A gente ia lá, daí a gente plantava... era uma casa lá. A
gente plantava, depois eles davam almoço, ainda me lembro do almoço, era feijão, lingüiça,
[risos] ... muito bom!
RS – Por que, em que ocasião?
Izolde – Não sei porque, acho que pra ensinar a plantar, ou... ter amor à terra, sei lá.
RS – E quem ia, só os alunos mais velhos?
Izolde – É. Só os últimos anos. Mas isso era poucas vezes, eu acho que a gente só foi uma vez,
não sei...
RS – Então é isso, {...} mais alguma coisa?
Izolde – Você falou de colegas, se eu me lembro de colegas... Lembro alguns. Tenho até um, que
pode te dar bastante dicas. {...}

Conteúdo de Regina Maria Schimmelpfeng de Souza.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Matéria do Jornal Gazeta do Povo:

Para a IBM, o futuro está na COLABORAÇÃO

Em evento corporativo, executivo da gigante americana da computação destaca a importância de tirar proveito das habilidades das pessoas, onde quer que elas estejam

Publicado em 15/09/2008 | Cinthia Scheffer

São Paulo - “Se eu tivesse que descrever o futuro em uma palavra, ela seria ‘colaboração’.” A frase de Jean Paul Jacob, pesquisador emérito da IBM, resume bem a idéia que circulou no IBM Forum 2008, na semana passada, em São Paulo. O engenheiro brasileiro, que há mais de 20 anos mora nos Estados Unidos, defende que será cada vez mais importante a participação das pessoas nos processos de inovação das empresas.

“É muito mais barato ouvir o público. Você não gostaria de ter alguém ajudando a fazer seu trabalho, sem ganhar pra isso?” brinca o pesquisador. “Isto já está acontecendo. Cada vez que você vai ao caixa eletrônico, torna-se um funcionário do banco.”

Com uma visão semelhante, o vice-presidente global da IBM, Mark Hennessy, diz que é preciso tirar proveito das habilidades, as capacidades das pessoas, independente de onde elas estejam. E aí está, segundo o executivo, um grande desafio para os profissionais de tecnologia da informação – trabalhar com ferramentas para que todos colaborem e participem. “Temos mais de 360 mil funcionários no mundo todo. Temos que tirar proveito das ferramentas, das redes sociais, para aproveitar esta multidão toda, fazer com que elas participem.”

Plataforma

A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) pretende fazer uso deste conceito para criar um planejamento estratégico para a área de software no Brasil para 2009 e 2010. Durante o fórum, a entidade lançou, em parceria com a IBM, um projeto batizado de “Concerto de Idéias On-line”. A proposta é ouvir o que tem a dizer as 22 filiais da Softex no país, os mais de 1,5 mil fornecedores de software ligados à entidade, e outras comunidades da área de TI, através da rede mundial de computadores. O “encontro on-line” acontece entre os dias 4 e 6 de novembro. Em seguida o documento será aprovado pela diretoria da Softex e encaminhado ou governo federal.

Para fazer isso, a Softex vai usar o IBM Idea Factory, uma solução de rede social colaborativa de Web 2.0 criada pela multinacional. A plataforma oferece recursos para que os participantes enviem, classifiquem e aprimorem as idéias.

O Idea Factory foi criado há dois anos, a partir de um investimento de R$ 2 milhões, segundo o vice-presidente de software da IBM na América Latina, Marcelo Zuccas. A parceria com a Softex deve servir de vitrine para a plataforma, que até então, havia sido utilizada apenas internamente pela IBM. “Não tenho dúvidas de que a inovação, cada vez mais, vai vir de fora para dentro das empresas. Esse projeto é a viabilização desse caminho da inovação.”

Com a plataforma, a própria IBM já desenvolveu projetos para ouvir seus funcionários no mundo todo. Por meio do Idea Factory a empresa buscou idéias, por exemplo, de como poderia mudar sua imagem de fornecedora de hardware para fornecedora de serviços.



EsCoLa TéCnIcA - aLeMã - Parte 2

Os anos de 1885 a 1887 foram conturbados para a Escola Alemã, devido divergências internas. Porém, por ocasião dos festejos comemorativos pelo aniversário do Imperador Wilhelm, foi proposta a construção de uma sede própria, tendo sido criada uma comissão, “com sentido patriótico”, para arrecadar fundos visando a tal empreendimento. Esperava-se construir um prédio com seis salas de aula em um ponto central da cidade, que oferecesse condições ideais de aprendizagem. “O prédio deveria receber o nome do nosso Imperador Wilhelm”. A construção de uma sede própria, em homenagem ao Imperador Wilhelm, passou a ser um fator de união entre os membros da escola e reascendeu a chama do patriotismo. A comissão divulgou uma manifesto dirigido aos alemães moradores de Curitiba.
“!!!! MANIFESTO !!!! – Aos alemães de Curitiba. Para aqueles que nutrem em seus corações o desejo de ver o desenvolvimento da juventude alemã, para os admiradores do Imperador Wilhelm, e a todos os alemães, aqui vai o nosso pedido de colaboração para a construção da escola – Imperador Wilhelm. Nós contamos com o patriotismo dos alemães convencidos da necessidade de uma sede própria para a ‘Escola Alemã’ [...] que ao mesmo tempo será um monumento em homenagem ao Imperador. Curitiba, 6 de abril de 1887”.
Este manifesto de apelo ao sentimento patriótico, motivou a comunidade que, deixando de lado muitas divergências, passou a trabalhar em prol de um objetivo comum. O desejo de resguardar a nacionalidade alemã, a língua e os seus costumes era muito intenso entre os membros da comunidade alemã radicada em Curitiba. “Os alemães que vieram de um país, com uma cultura superior e mais avançada, para o Brasil, onde tudo está apenas no início, se não preservarem seus costumes dentro do espírito alemão, como sua língua, imprensa, escola e a Igreja, os que vierem depois, se depararão com uma realidade tão adulterada e primitiva que se igualarão ao nível do nosso ‘caboclo’”.
A Escola Alemã, por sua vez, manteve como filosofia a prevenção dos valores da cultura alemã; o ensino continuava sendo ministrado em língua alemã e os conteúdos eram impregnados do “espírito alemão”. Segundo o Relatório da Escola enviado ao Governo do Paraná em 1895, a Escola Alemã tinha por objetivo, “mediante a língua materna, prestar a educação no gênio da antiga pátria, sem perder de vista que os meninos nascidos nesta terra hão de ser cidadãos brasileiros”. Muito embora a comunidade tivesse consciência de que suas crianças seriam cidadãs brasileiras, o mais importante era garantir uma educação escolar segundo seus moldes e necessidades.

EsCoLa TéCnIcA - aLeMã - Parte 1

Com a emancipação política do Paraná em 1853, Curitiba foi escolhida como a capital da recém-criada província. Nessa condição, a cidade começou a propiciar muitas chances econômicas, passando a atrair imigrantes estabelecidos em outras regiões do Império. Durante as décadas de 1850 e 1860, Curitiba recebeu levas sucessivas de imigrantes, principalmente alemães, anteriormente fixados na Colônia Dona Francisca, em Santa Catarina. Desde sua chegada a Curitiba, esses imigrantes, principalmente os protestantes, começaram a se defrontar com certas barreiras que o discriminavam do ponto de vista religioso e social. Uma dessas questões estava relacionada com a educação de seus filhos.
No ano de 1866, logo após a fundação da Comunidade da Igreja Evangélica
Alemã, os imigrantes procuraram criar uma escola que atendesse adequadamente a educação de seus filhos. As primeiras letras deveriam ser ensinadas na língua alemã e a educação deveria ser dada segundo os preceitos da religião protestante.
A Escola Alemã que fôra criada com a finalidade declarada de preservar a religião, no transcorrer do tempo, começou a mudar a orientação filosófica, passando a incentivar de forma explícita a preservação dos valores da cultura alemã, enfim, do “espírito alemão”. Este sentimento era manifestado nos festejos e comemorações patrocinados pela escola. O ensino ministrado, traduzia a orientação filosófica da escola; os conteúdos das disciplinas eram impregnados do chamado espírito alemão.

Durante as décadas de 1850 e 1860 Curitiba recebeu levas sucessivas de imigrantes, principalmente alemães anteriormente fixados na colônia Dona Francisca na Província de Santa Catarina.
Além da falta de escolas públicas, outros fatores contribuíram para que esses imigrantes procurassem fundar seu próprio estabelecimento de ensino. A oposição ao credo evangélico no Brasil era marcante; este fato induziu essa comunidade a uma certa segregação social. Aos poucos passaram a organizar sua vida comunitária desvinculada da sociedade local.
Em 11 de dezembro de 1866 o Pastor Johan Friederich Gaertner solicitou ao inspetor geral da Instrução Pública, Ernesto Francisco de Lima Santos, licença para ensinar as primeiras letras em língua alemã, o que lhe foi concedido. Estava criada a Escola da Comunidade Alemã. Logo a seguir a escola foi fechada sob a alegação de que admitia alunos de ambos os sexos, entre eles alguns brasileiros católicos, contrariando os artigos 104 e 95 do Regulamento de 8 de abril de 1857.
Diante da insistência do pastor Gaertner, foi expedida uma nova licença especificando as condições para funcionamento da escola. Foi concedida “licença para lecionar as primeiras letras em alemão no rocio da cidade, a alunos alemães que professassem a religião protestante sendo proibido debaixo das penas do Regulamento receber meninas de qualquer religião e bem assim meninos que abraçassem a religião Católica Apostólica Romana”.
Em um abaixo-assinado enviado ao presidente da Província, em fevereiro de 1867, os alemães protestantes rejeitaram a decisão tomada pelo inspetor geral e argumentaram que as medidas tolhiam a liberdade de dar instrução aos filhos segundo à crença dos pais.
A escola, sob a denominação “Escola Alemã”, agora vinculada indistintamente a toda comunidade alemã radicada em Curitiba, passou por mudanças profundas. Houve renovação no corpo docente; a direção ficou com o professor Paul Issberner, vindo de Joinville, sendo que a comunidade era representada por um Conselho Escolar.
Sob a nova orientação, a Escola Alemã adotou a filosofia de incentivar, de forma explícita, a preservação dos valores da cultura alemã, enfim, o “espírito alemão”.
O primeiro aniversário da desvinculação da Escola da Igreja (Evangélica) foi amplamente festejado, com um desfile, de aproximadamente 200 crianças, pelas ruas da cidade. O desfile foi acompanhado de banda de música e assistido por um grande número de pessoas. Nessa ocasião os sentimentos de manutenção da identidade étnica/nacional da comunidade foram manifestos com muito entusiasmo.
Na mesma ocasião, comentando os festejos, o professor Issberner reafirmou os princípios que regiam o ensino ali ministrado: “Aqui os pais podem reconhecer que na Escola Alemã, além do aprendizado normal, tem-se o cuidado com a preservação das tradições, o que é, para nós, alemães, motivo de orgulho”.

O ensino ministrado na Escola traduzia essa filosofia. Os livros didáticos adotados eram publicados na Alemanha, e posteriormente em Porto Alegre, especialmente elaborados para as escolas alemãs no Brasil. Muito embora o plano de estudos pudesse ser considerado modesto incluindo apenas: leitura, escrita e gramática alemã português, matemática, canto, geografia e religião cristã, o enfoque do conteúdo visava à manutenção do “espírito alemão”. O ensino da gramática alemã, por exemplo, integrava diferentes conteúdos e era realizado, principalmente, através de contos que ressaltavam os valores da cultura alemã e de textos versando sobre o modo de vida alemão, sua história e geografia. Por exemplo, a fé em Deus dos germânicos; os turcos em Viena; o Reno; o massacre de Leipzig; o menino desobediente; os velhos alemães; nem tudo que reluz é ouro; Henrique I; a guerra franco-germânica; a terra dos antigos alemães, além de outros.

EsCoLa TéCnIcA

A instituição Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná, local onde eu estudo, tem as suas tradições. Tanto, que a história da Escola Técnica da UFPR é ainda mais antiga que a da Universidade mais antiga do Brasil - a UFPR - fundada em 1912 com o nome de Universidade do Paraná. Tendo como primeiros cursos: DIREITO, ODONTOLOGIA, ENGENHARIA, FARMÁCIA e MEDICINA. A UFPR funcionou como Faculdades isoladas até 1946 e foi federalizada em 1950, passando a ser uma instituição pública e a oferecer ensino gratuito.
A Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná, foi criada em 1869 e pertencia à antiga Colônia Alemã de Curitiba; seus fundadores Gottlieb Mueller e Augusto Gaertner eram sócios do Verien Deutsche Shule. Até 1914, o estabelecimento chamou-se ESCOLA ALEMÃ, depois COLÉGIO PROGRESSO.
Em 1941, a então ACADEMIA COMERCIAL PROGRESSO, foi adquirida pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, sendo autorizada a funcionar sob a denominação ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO anexa à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná.

Em 22 de janeiro de 1974, o Conselho Universitário decidiu integrá-la a UFPR como órgão suplementar e a partir de 1986, ela passou a ser denominada ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.

A partir de 14 de dezembro de 1990, ao aprovar a reorganização administrativa da UFPR, o Conselho Universitário alterou a sua denominação para ESCOLA TÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, vinculando-a à Pró-Reitoria de Graduação e em novembro de 1997, por decisão deste mesmo conselho foi classificada como unidade da UFPR.